Adaptação na escola

ADAPTAÇÃO – quem se adapta a escola: pais ou filhos?

Maria Elisa Neves de Oliveira

A entrada de nossos pequenos nas escolas do Clube Paulistano deve ser apreciada e cuidada, pois nesse processo há angústias, curiosidades, mudanças e surpresas.

É preciso saber que a adaptação na escola, não ocorre uma única vez, porém, várias vezes: a cada nova série, a cada recomeço das aulas.

Claro que deixar os filhos o dia todo com desconhecidos é uma tarefa difícil e muitas vezes preocupante, porém, uma boa e eficiente adaptação da criança, também depende da atitude dos pais.

Em geral, as crianças que demonstram mais dificuldade na adaptação são aquelas cujos pais são mais ansiosos. Alguns chegam até a chorar quando deixam os filhos, alterando a sua vida normal e realmente dificultando esse processo da criança.

É fundamental que os pais acreditem na equipe pedagógica, principalmente na educadora que está preparada para o cotidiano desse período inicial e também para todo o resto do ano.

Entregar sua criança nas mãos desses profissionais requer a certeza de que os mesmos estão fazendo o melhor por eles. Dos medos que acometem as crianças, os mais notados ou talvez os mais evidentes são:

1) O MEDO DE FICAR PARA SEMPRE NA ESCOLA

Afinal, a escola ainda é um espaço novo com pessoas desconhecidas e, muito embora a educadora saiba como ensinar a rotina diária para cada um de seus alunos, no começo ainda há muita desconfiança e receio por parte deles. É sempre bom os pais incentivarem a criança dizendo o que irá acontecer no período escolar.

Os primeiros dias de aula costumam ser reduzidos para que as crianças possam se acostumar gradativamente a nova rotina e ao novo grupo social. É também interessante que elas não saiam exaustas da escola para que no dia seguinte retornem com vontade.

2) QUERER FICAR COM A MAMÃE

Claro que a criança deseja ficar com quem conhece, seja a mãe, a avó, o pai ou a babá. O vínculo com as professoras e demais funcionários está apenas começando.

Os pais devem fazer uma forte parceria com a professora, portanto, reforçar a postura da mesma durante os momentos em que a família está em casa, fortalece a criação de um vínculo positivo entre a criança e a educadora e demais funcionários.

Fale sempre a verdade para a criança. Isso é fundamental. Não prometa aquilo que você não fará ou não cumprirá. Não fuja da criança, despeça-se dela, mesmo que ela chore.

Diga que irá voltar e volte no prazo estabelecido ou sugerido pela professora. Mas por favor, não prolongue a despedida. Assim que a fizer, saia da sala.

3) O DESEJO DE PERMANECER COM O OBJETO TRANSICIONAL

Caso a criança queria, nesses primeiros dias, deixe que leve algum objeto de casa. Essa é uma maneira sadia de fazê-la sentir-se reconfortada. É como se ela estivesse levando “uma parte de sua casa” junto consigo.

Aos poucos, a criança vai trocando tais objetos por brinquedos e brincadeiras de sua rotina na escola. Os pais não devem se preocupar, as educadoras sabem como fazer isso.

Esclarecidos alguns dos receios e desejos da criança, seguir algumas dicas poderá valer à pena.

Evite perguntar a seu filho se ele quer ir à escola. Essa decisão deve ser tomada pelos pais e não pela criança, além do que, a grande maioria prefere ficar em casa, onde o ambiente é acolhedor e a criança é tratada como prioridade total. Você não iria preferir isso também?

Na escola e em casa precisamos respeitar o tempo de adaptação de cada criança. Por conta de traços de personalidade, características e meio em que vive, cada criança se adapta num ritmo diferente.

Não compare o tempo que essa adaptação acontece entre seu filho e as demais crianças. Respeite as peculiaridades de cada uma.

Não podemos esquecer que muitas vezes, embora a criança esteja aparentemente adaptada à rotina escolar, pode ocorrer uma espécie de retrocesso nesse processo de adaptação, ou seja, depois de alguns dias entrando bem na classe e se mostrando disposta, a criança passa a não querer mais frequentar a escola.

Esse fato pode ter muitas causas, as mais frequentes, porém, são: a ausência de novidades no espaço escolar ou até a presença das regras naturais que regem os grupos sociais.

Explicando melhor, há crianças que exploram todo o ambiente em poucos dias, que adoram entrar na escola, pegar brinquedos, se divertir em todos os lugares oferecidos pela professora. Aí então, as novidades acabam, tal criança até prevê o que irá acontecer no dia e…. não quer mais vir a escola.

Também existe a criança que é única ou quase única em casa, e de um dia para o outro passa, na escola, a ter que esperar a sua vez para beber água ou ter que ir com todo o grupo lavar as mãos ou aguardar sua vez para brincar com determinado brinquedo, enquanto outra criança se diverte…. Esse processo é saudável e favorece a socialização da criança.

Então vamos lá:
A adaptação da criança causa certa ansiedade e receio aos pais. É comum ouvir deles certas perguntas, relacionadas aos cuidados que a escola terá com os pequenos.

“A criança receberá atenção quanto à higiene?!”, “Meu filho vai passar sede ou fome?”, “Por que ninguém o pega no colo na hora que ele chora?, “Não são poucos adultos para tantas crianças?” Dê um voto de confiança a escola.

Essa relação criança/escola/pais tem que ser firme, sólida e para isso se faz necessária uma parceria durante toda a vida escolar da criança.

Ela vai sendo construída com o tempo, portanto, qualquer dúvida dos pais, deve ser levada a educadora ou a psicóloga da escola.

Entregue a criança nas mãos da professora com entusiasmo e sinceridade, só assim a criança entenderá que ir a escola é motivo de alegria e não de sofrimento.

Bem – vindos, queridos pais. O Recanto está há mais de cinquenta anos trabalhando em prol da criança! Confiem!

O Recanto Infantil do Club Athletico Paulistano faz a sua história há mais de 50 anos.